terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Um Aniversário Diferente

Ou de como, ser uma privilegiada.

Sábado, o irmão do boy, fez anos.
O irmão do boy, é surdo, tal como os seus amigos, parcial ou totalmente.
Ontem fez a festa de anos e eu também marquei presença.

Posso-vos dizer, que se ao principio estranhei e me senti "a mais", a meio já os observava com uma admiração enorme.
O facto, de me sentir a "mais", não era por mais nada, a não ser, sentir-me envergonhada por não os conseguir perceber, como eles me percebiam a mim. Devia ser automático, esta nossa percepção de outras realidades mas a verdade, é que não é.
Eles percebiam-me, eu a eles, muito dificilmente.
Depois, senti um espécie de orgulho, por aqueles adolescentes, super unidos, que fizeram imensos quilómetros, para estarem todos juntos.

A meio do jantar, parei e observei, as conversas paralelas que se passavam, as risadas e longas gargalhadas, uma confraternização, digna de fazer inveja a qualquer um de nós e de nos dar vontade, de entrar no meio da conversa e percebê-los, tão claro, como se bebe água.

E porque não é assim?
Devíamos ser nós a adaptar-nos a eles, não?

Eu, acima de tudo, saí de lá inspirada e comovida com a união que se vi-a entre eles, que não se vê aí na maioria de grupos de amigos.

11 comentários:

Closet & Beauty disse...

Pois é, são estas coisas da vida que nos fazem pensar muitas vezes no quão grande é o nosso egoísmo...porque nos lamentamos quando algo não corre bem...porque às vezes estamos mal dispostos e só temos motivos para sorrir e agradecer por aquilo que somos e por não termos que enfrentar problemas de maior...

Unknown disse...

Eu também admiro muito essas pessoas! É sempre difícil para nós compreende-los, mas imagina o quanto não deve ser para eles. Ainda mais com a sociedade que temos.

Devaneios de Uma Loira disse...

a isso chama-se amor incondicional, adoro :) bjinhos querida

Maria disse...

em 2010 estive a trabalhar num local em que estava em constante contacto com grupos escolares. esses grupos eram diversificados... confesso que me sentia praticamente inútil e imensamente frustrada quando no meu grupo havia alguém com surdez: eles percebiam-me e eu precisava de um/uma interprete... ficava sempre com a sensação de que se deveria fazer um esforço maior (por exemplo, iniciativas na escola, etc) para aprendermos a comunicar, interagir com pessoas com surdez, cegas, etc...

bjo*

Ana Catarina disse...

eu admiro muito!
e quero e vou tirar um curso de língua gestual!:)

Green disse...

Deve ter sido mesmo uma óptima sensação, teres observado tal momento.

Liliana Pinto disse...

apesar de tudo são felizes na mesma e a solidão não é algo que faça parte da vida deles, apesar da condição...é de louvar :)

Anónimo disse...

Realmente deve ter sido muito inspirador, porque apesar da limitação que têm são felizes e têm uma vida como nós! :)

Anónimo disse...

Olá,

pois realmente há que dar valor a estas felicidades e vivências...pois também fazem parte da nossa Sociedade!

Bj
Fica bem

Anónimo disse...

Tens toda a razão, devíamos ser nós a adaptador-nos a eles.

Coquinhas disse...

A lingua universal devia ser a lingua gestual. Todos nos entenderíamos em qualquer cantinho do mundo :)